A resiliência esteve presente em toda a minha vida como atleta e, hoje, também como empreendedor.
Mas, afinal, como desenvolver a resiliência?
Na vida de atleta, em muitos momentos eu tive de tomar uma decisão entre seguir em frente ou abandonar os meus objetivos e sonhos. São momentos de participações olímpicas, nos quais aprendi muito com o esporte. Enfim, resiliente é a pessoa capaz de responder a qualquer tipo de estresse e se adaptar às mudanças.
Na Olimpíada de 1992, eu tive uma das mais marcantes experiências da minha vida. Foi minha a primeira participação nesta competição e o nervosismo estava à flor da pele. Então, treinei muito para chegar naquele momento e, com certeza, fisicamente, estava preparado para o desafio.
Antes da minha estreia, na noite anterior, aconteceu algo que interferiu no meu resultado. Tive medo, receio e insegurança em relação ao que poderia acontecer no dia seguinte.
Assim, tive uma das piores noites de sono da minha vida. Acordei umas 20 vezes, sem exagero. Não sabia se tomava água, se ia ao banheiro ou comia alguma coisa. A cabeça estava a milhão, e ficar rolando na cama foi um martírio que só acabou quando chegou a hora de levantar, às 6h30 da manhã.
O problema é que eu tinha de ir para a piscina e nadar a minha primeira prova olímpica, os 200 metros nado livre. Fui para a piscina, mudei a minha estratégia, nadei tudo errado e tive um resultado péssimo.
Já era de se esperar, na verdade. Eu estava totalmente fora de mim e, dessa maneira, entrei para perder. Uma coisa é certa: nunca vi ninguém ganhar de véspera, mas perder… Já vi muito!
Inclusive, naquele dia, entrei para perder. Foi consciente? Não! Porém, fiz de tudo para dar errado. Não antecipei os problemas nem me preparei emocionalmente para aquele dia, apesar de achar que tinha feito isso.
Estava num grande dilema, pois, dois dias depois, eu nadaria a prova mais importante da minha vida até então, os 100 metros nado livre.
Fiz o segundo. Foquei em coisas que poderia controlar, como os meus pensamentos, o meu treino, a minha prova e a minha atitude. Porque era a decisão mais sensata a se tomar.
Quando penso em coisas boas, a energia sobe. Assim, fico mais tranquilo e tenho mais força para seguir em frente nos desafios. Eu sabia que, se fizesse a estratégia que tinha treinado e estivesse focado em mim, em vez de nos problemas que poderiam acontecer, eu me sairia melhor.
Dessa maneira, mudei de atitude, não me preocupei tanto com os outros e fui para cima para me superar. Esse é um dos maiores segredos sobre como desenvolver a resiliência.
O resultado disso é que sempre que eu entrei numa prova para me superar, eu venci. E, nos 100 metros nado livre, dois dias depois, foi exatamente isso que aconteceu. Ganhei a medalha de prata.
Seja resiliente, pois todos passamos por dificuldades e temos de manter a positividade, mesmo em dias ruins. Mas, afinal, o que é ser resiliente?
Uma das coisas mais comuns de acontecer na nossa busca é abandonar o caminho antes daquele próximo passo. Sei que, quando as coisas não vão bem, fica difícil continuar, persistir e dar o melhor.
Em 1992, eu fiz isso em questão de dias. Na nossa vida, passamos por muitos momentos assim e teremos de ser resilientes se quisermos alcançar os objetivos. Separei algumas dicas sobre como desenvolver a resiliência que podem te ajudar.
Este blog do Brendon Burchard (em inglês) fala disso. Trata-se de uma ótima leitura, a fim de desvendar os segredos para a resiliência. Neste conteúdo, ele diz:
Dividir as suas emoções com alguém o torna mais forte
Essa frase mexe comigo, pois, naquele dia, se não fosse a conversa com os meus colegas, treinadores e familiares, eu não conseguiria ter a força que tive para seguir em frente. Essa é uma grande lição.
Quer saber como desenvolver a resiliência? Essa é uma das principais dicas: divida, compartilhe e busque soluções, em vez de se vitimizar e abandonar o seu sonho.
A grande forma de enxergar os desafios e os problemas da nossa jornada é encará-los como um aprendizado.
Sempre temos uma grande lição para aprender. Se temos essa noção, fica muito mais fácil aceitarmos esses aprendizados. Já que somos estudantes, temos que buscar soluções que sejam pertinentes ao problema.
Portanto, seguir em frente com disciplina se torna uma tarefa mais assertiva. Pense no seguinte: se, no primeiro problema que enfrentamos, vem o desânimo, o que virá a seguir? Não teremos força para fazer algo que precisa ser feito e pronto: não executaremos ações relevantes para o nosso sucesso, porque perderemos o foco.
Isso poderia ter acontecido comigo em 1992. Depois dos 200 metros nado livre, eu poderia ter jogado a toalha e dito: “Pelo menos, eu tentei”. Mas isso não vale! Pois, ao tentar e se contentar com isso, pode ser que estejamos nos enganando.
Sem saber quais os aprendizados, o “tentar” torna-se vago, dá uma sensação de que isso foi o melhor que eu poderia ter feito. Nesse caso, podemos estar no caminho de aceitar facilmente a derrota.
Não me refiro a uma derrota de não ter ganho uma medalha ou conquistado um recorde, mas a derrota pessoal, de não me superar e não ter reação.
No exemplo acima, então, fica clara a diferença entre se acomodar e seguir em frente. Na mesma competição, pode acontecer muita coisa, e o que decidimos fazer define o nosso caminho. Algo óbvio, mas eu já vi muitos atletas desistirem depois do primeiro dia e voltarem para casa chorando, dizendo que não deu certo ao melhor estilo:
“Ó vida! Ó azar!”
O ponto, aqui, tem a ver com as ações que podemos fazer, geram significado e, assim, nos levam adiante. Com isso, nós temos a energia da POSITIVIDADE e geramos resultado. Ou seja, progredimos. É uma fórmula quase perfeita, que pode ser usada em qualquer momento de frustração nas nossas vidas.
E sabe por quê? Porque funciona! Então, não tem como desenvolver a resiliência sem refletir sobre a seguinte ideia:
AÇÕES COM SIGNIFICADO → ALEGRIA E POSITIVIDADE → PROGRESSO E RESULTADO
É incrível como o esporte e a resiliência estão inegavelmente ligados na minha vida, tanto no esporte profissional quanto hoje em dia. Tudo o que fazemos e a forma como enfrentamos qualquer tipo de obstáculo podem, certamente, ser impulsionados pela atividade física.
Quando eu estava pesquisando sobre este tema, me deparei com este blog, que oferece 10 dicas para se tornar uma pessoa mais resiliente. Independentemente do assunto, seja resiliência ou qualquer outro, a atividade física está presente.
Isso porque ela nos traz energia, força, segurança, autoestima e muito mais. Assim, sempre vou advogar a favor da prática do esporte na busca de superar os nossos desafios.
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