Dia Olímpico: lembranças, aprendizado, gratidão e felicidade. E você? O que significa para você?

jun 23, 2020  |  por Gustavo Borges

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O Dia Olímpico é comemorado hoje, 23 de junho, data em que escrevo este texto. Talvez, você não esteja lendo isso exatamente no dia em que eu escrevi. Afinal de contas, este é um conteúdo que vai ficar eternizado por aqui.

Mas isso, claro, não é um problema. Nunca vai ser. Até porque eu gosto de comemorar o Dia Olímpico em todo 23 de junho, mas o significado disso vive em em mim absolutamente todos os dias do ano.

A importância que o Dia Olímpico tem para mim é imensa. Porque não tem como desassociar a história da minha vida a esse contexto. Principalmente de uma parte mais específica dela.

O meu sonho olímpico começou quando eu era um garoto, em Ituverava. Cresceu e se desenvolveu ao longo dos anos. Embora o caminho tenha sido diferente daquele traçado por outras pessoas, outras que até tenham tido os mesmos objetivos que os meus, o legado pode ser semelhante.

Portanto, é por isso que eu gostaria de dividir com você o significado do Dia Olímpico, sob o meu olhar.

As minhas participações olímpicas

Sem dúvida, quando chega o Dia Olímpico, uma das coisas que me vêm à cabeça são as minhas participações nos Jogos.

Evidentemente, não preciso aqui contar ponto a ponto de cada Olimpíada minha. Tenho essa trajetória até mais detalhada em outro lugar, e você pode clicar aqui para conferir.

Mas o bacana, aqui, é perceber como eu cresci desde que estreei numa Olimpíada, em Barcelona-1992, até quando me despedi delas, em Atenas-2004.

Taí uma coisa, aliás, que sempre foi a minha obsessão: não existia um cenário no qual eu não fosse me despedir da natação que não fosse em uma Olimpíada. Persegui isso até o fim, e consegui.

Dessa maneira, consegui verdadeiramente encerrar um ciclo da minha vida. Aquilo que, um dia, foi o meu sonho, se tornou realidade. Materializou-se, porque eu persegui demais. Eu me dediquei demais. Foquei nisso todos os dias, o tempo todo, tomando decisões pensando exclusivamente nisso.

O Dia Olímpico me traz essa lembrança. Essa satisfação de que eu tive sucesso, sim, mas porque fui merecedor. O meu sacrifício foi recompensado.

Gratidão no Dia Olímpico

Nem preciso dizer, então, que outro sentimento que invade a minha cabeça no Dia Olímpico é o de gratidão. E digo isso pensando em muita coisa ao mesmo tempo.

Gratidão pelo que vivi e conquistei. Eu forjei o meu caráter e pavimentei o meu futuro por ter sido um atleta olímpico. Por ter acreditado no que acreditei. Por ter absorvido das pessoas, dos lugares e das situações o melhor que poderia ter absorvido, pensando naquilo que viria pela frente.

A minha história, como eu disse, se confunde com os momentos olímpicos. Se, hoje, como pessoa, pai, marido, empresário, empreendedor, palestrante ou seja o que for, eu penso em transmitir valores e ensinamentos para os outros, isso tudo bem uma bagagem fortíssima adquirida nos mais de 20 anos que dediquei à natação.

No fundo, claro, eu dedico até hoje. E vou dedicar sempre. Porque continuo amando esse esporte, praticando, trabalhando com ele e, mais importante, o usando como instrumento para melhorar a vida de outras pessoas. Não à toa, o lema da Metodologia Gustavo Borges é ensinar por meio da natação.

E eu sou muito grato por isso tudo.

O Dia Olímpico me traz saudade…

Claro que traz!

Citei, acima, que disputei a minha primeira edição dos Jogos em 1992 e a última, em 2004. Mas também estive em Atlanta-1996 e Sydney-2000.

Ou seja, vivi intensamente quatro ciclos olímpicos. E, em todos eles, houve muita entrega, muita privação e muitos momentos delicados, claro, mas, também, muita, muita coisa bacana.

Ganhei quatro medalhas olímpicas. A primeira delas, a prata nos 200m livre na Espanha, com apenas 19 anos. E depois de um drama incrível, porque o placar eletrônico teve um problema e eu só soube do resultado final 40 minutos depois da prova. 

Foi, certamente, um dos momentos mais tensos da minha vida. Mas você acha que é só disso que eu me lembro, quando olho para a medalha? Acha que é esse sentimento que me vem à cabeça?

Claro que não!

Eu me lembro de tudo o que fiz para chegar ali e como fiquei feliz quando subi no pódio. Uma cena que se repetiria mais três vezes na minha carreira, com histórias, cenários e pessoas diferentes.

Mas que continuam despertando em mim uma saudade e uma felicidade muito grandes, toda vez em que me pego voltando àqueles dias mágicos.

E o Dia Olímpico faz isso. Ele revive esses momentos para mim. E, certamente, para todo atleta que, um dia, esteve na mesma situação.

Aliás, aquele 4 x 100m de Sydney…

O Dia Olímpico de 2020 é ainda mais especial para mim. Sim, porque não vai ser exatamente em 23 de junho, mas este ano representa uma marca importante.

Em 16 de setembro, fará 20 anos que conquistei a minha quarta e última medalha olímpica, no revezamento 4 x 100m livre de Sydney-2000.

Uma experiência diferente, para mim. Foi a primeira em equipe, já que as minhas três anteriores foram individuais. Uma experiência sensacional, ao lado de três amigos, o Fernando Scherer, o Carlos Jayme e o Edvaldo Valério, o Bala.

Uma medalha suada, difícil, que teve momentos tão distintos. Passando pela confiança de que dava, sim, para buscar aquele resultado, mas com a apreensão de saber que o Xuxa, por exemplo, estava com o pé machucado, no dia da prova. E de como a mescla entre a minha experiência e a dele iriam funcionar ao lado da juventude do Jayme e do Bala.

Comemoramos tanto aquele pódio. Mas tanto. O nosso bronze, naquele dia, hoje, no Dia Olímpico e em qualquer outro dia das nossas vidas, tem gosto de ouro.

Sem contar o aprendizado que levei, para o restante da vida, como disse. Eu não tenho dúvida nenhuma de que aquele episódio me ensinou demais a respeito de trabalhar em equipe, lidar com expectativa, coletividade, dividir.

O que o Dia Olímpico significa para você?

Contei um pouco, aqui, o que o Dia Olímpico significa para mim. Mas se trata de um evento mundial. Pessoas, ao redor do planeta, comemoram essa data. E ações não deixam que ela passe despercebida nunca.

Mas não ache que você precisa ter sido um atleta olímpico para se engajar todo 23 de junho. Claro que não! Evidentemente, ninguém está sugerindo que as experiências são iguais, mas existem maneiras diferentes de viver o “espírito olímpico”.

Existem os atletas, claro, mas, também, os treinadores. Os organizadores. Os voluntários. As pessoas que assistiram a uma Olimpíada ao vivo. As que assistiram pela televisão. Pela internet. As que ouviram histórias. As que contam histórias.

Existem as pessoas apaixonadas pelo esporte olímpico. E, se você é uma delas, comemore o seu Dia Olímpico do seu jeito.

Feliz Dia Olímpico!

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