Tirar aprendizado de tudo: o que o desabafo do Guilherme Costa nos ensina

jul 30, 2024  |  por Gustavo Borges

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Quem não se emocionou ao ver o nadador Guilherme Costa, o Cachorrão, chorando ao vivo, em TV aberta, quando terminou a prova de 400 metros livre na Olimpíada de Paris na quinta colocação, a apenas 26 centésimos da medalha de bronze?


Apenas 26 centésimos. Isso é muito pouco. Uma diferença de um detalhe, uma coisa mínima.

E o Guilherme fez uma prova incrível. Melhor tempo da vida dele, recorde das Américas (não apenas sul-americano, mas das Américas!). Ou seja, fez o que tinha de fazer, teve a melhor performance da vida dele no momento mais importante.

Mas nem sempre isso é suficiente. E, para o objetivo dele, que era uma medalha, acabou não sendo. Mesmo assim, merece o reconhecimento de todo mundo. 

Assim que a prova terminou, nessa entrevista emocionada à qual me refiro, ele disse que não vai desistir do sonho dele. Que vai encarar mais um ciclo olímpico e buscar essa medalha em Los Angeles-2028.

Eu torço para que isso aconteça.

O importante, neste momento, é lamber as feridas, mas também tirar aprendizados do momento. Entender, no detalhe, tudo o que aconteceu, para que possa voltar para a piscina e treinar ainda mais.

Eu já passei muito por isso, tanto como nadador como empreendedor. Sei como ele está se sentindo, e também sei que é possível dar a volta por cima. Guilherme tem talento, apoio, qualidade e está cercado de pessoas boas, que podem ajudá-lo.

Na minha primeira Olimpíada, em Barcelona-1992, eu comecei muito mal. Na primeira prova, os 200 metros livre, na qual eu tinha uma expectativa grande, nadei mal demais e nem para a final fui.

Quando voltei para o meu alojamento, naquele dia, estava arrasado. Decepcionado comigo mesmo. Mas parei e pensei em tudo o que tinha feito para, um dia depois, não cometer os mesmos erros na outra chance que eu teria, nos 100 metros livre.

Tive tranquilidade e consegui melhorar, conquistando a minha primeira medalha olímpica, de prata. 

Já como empreendedor, tive de fechar uma academia, uma vez. Foi um dos momentos mais difíceis e tristes da minha trajetória, porque tem muita coisa envolvida quando tomamos uma decisão dessas.

Não apenas do meu lado, claro. É evidente que eu tinha uma expectativa naquele negócio, fiz um investimento. Mas outras pessoas dependiam daquilo, como os meus sócios e todos os funcionários.

Não foi fácil. Eu me fiz muitas perguntas, onde havia errado, o que não saiu como deveria ter saído, por que não tive o sucesso (que foi planejado com antecedência) que achei que teria.

Depois, quando o processo foi concluído, dediquei horas e horas com os meus sócios para entender, ponto a ponto, onde havíamos errado. Aquilo tinha, de alguma maneira, de nos ensinar alguma coisa, para que nunca mais tivéssemos de passar pela mesma situação.

O resultado é que, até hoje, mantemos outras duas academias com operações sustentáveis e entrega de serviços de qualidade.

Ou seja, tropeçar no meio do caminho faz parte da jornada. Acredite, todo mundo passa por isso. Algumas vezes, é verdade, dói mais. A ferida é maior. Mas tenha uma certeza: ela vai se fechar e cicatrizar. 

A sua parte do processo é não baixar a cabeça, acreditar no seu potencial, continuar trabalhando com firmeza e se cercar de pessoas que possam te ajudar. Definir com muita clareza os objetivos, as metas e os sonhos e, com isso em mente, construir o caminho necessário para chegar lá.

Nunca se esqueça disso: tire um aprendizado de tudo. Dos bons resultados e, principalmente, dos que não forem tão bons assim.

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