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I Olimpíada da Criança
A primeira medalha
Nascido em Ribeirão Preto, mas morando em Ituverava durante toda sua infância, Gustavo sempre esteve à vontade dentro d’água, tanto nas brincadeiras com colegas quanto se arriscando nas primeiras braçadas dentro de uma piscina.
Numa Gincana entre escolas, Gustavo Borges, aos 9 anos, chega ao pódio pela primeira vez. Representando a Escola Estadual Capitão Antônio Justino Falleiros, ficou em terceiro lugar numa prova de 50m. Jamais esqueceu o valor dessa conquista que considera a sua verdadeira iniciação no esporte. Antes, no entanto, já participara de uma escolinha de natação, na Associação Atlética Ituveravense . O gosto pela natação estava começando.
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Joven Pan Kibon e Pernambucanas de Natação
Gustavo e as provas de velocidade
Estimulado por novas conquistas, Gustavo Borges participou de competições em Araraquara, São José do Rio Preto e São Paulo. Disputou com atletas das melhores escolas e clubes do interior e da capital.
Embora continuasse participando de alguns festivais regionais, dois grandes eventos marcaram esta época: Programa Pernambucanas de Natação e Torneio Infanto Juvenil de Natação/Jovem Pan Kibon, ambos com apoio da Federação Aquática Paulista.
No Programa Pernambucanas de Natação de 1985, foi o vencedor, na sua categoria, da fase regional em Ribeirão Preto, nos 50m livre, com o melhor índice técnico, ficando com o Troféu Ricardo Prado, entregue pelo próprio Ricardo Prado. Na final em São Paulo, nos 50m livre, recebeu medalha de superação de tempo, pois embora na final B, conseguiu o tempo 30s09, melhor que o do 3º classificado da final A.
Competiu no Torneio Jovem Pan Kibon em cinco edições, (da 3ª à 7ª, de 1985 a 1989) nadando no Conjunto Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, São Paulo. Estava conhecendo a piscina, onde mais tarde se tornaria Campeão Brasileiro de Natação em várias provas.
Estes eventos marcaram muito o início da carreira do nadador. Em 1999, organizou seu próprio Troféu e passou, então, a estimular a base da natação brasileira por mais de uma década, com torneios semelhantes.
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Participação em Campeonato Paulista
O Adeus a Ituverava
Gustavo Borges intensificou seus treinamentos. Defendendo a Associação Atlética Francana, sendo seu técnico Luiz Carlos Soares, conseguiu resultados significativos em competições como Torneio Chico Piscina, em Mococa. Neste torneio venceu a prova dos 100m nado livre, estabelecendo novo recorde do campeonato na categoria, juvenil A.
Ainda com 15 anos, no Campeonato Paulista de Natação, Juvenil A/B, no conjunto poliesportivo Constâncio Vaz Guimarães, conquistou medalha de bronze nos 100m livre, com o tempo de 57seg 51 (na eliminatória fez 57seg 47) e prata nos 50m livre, com o tempo de 26seg 13.
Era chegada a hora de sair de Ituverava. Foi um momento de decisão onde pesou a necessidade de um acompanhamento técnico todos os dias, se quisesse chegar a níveis mais altos na natação.
Gustavo deixou de competir pela Associação Atlética Francana, passa a defender agora o São Carlos Clube. Mudou-se para São Carlos e seu técnico passou a ser Maurício Frajacomo, o Piscinão. Foi neste ano de 1988 que conseguiu duas marcas expressivas durante o Campeonato Paulista Juvenil de Verão. Ganhou ouro nos 50m livre (24s88) e prata nos 100m livre (54s59). Já conseguira índices para participar do Campeonato Brasileiro, Troféu Júlio Delamare.
Amadureci muito naquele ano, afirmou Gustavo, ao se lembrar dos treinos puxados, do trabalho de musculação que passou a desenvolver, do CAASO, a escola que frequentou e do seu primeiro ano de vida fora de casa e longe da família.
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O momento da grande virada
Gustavo sai do anonimato
Atleta do Esporte Clube Pinheiros, sob o comando de Alberto Klar, Gustavo Borges conquistou 16 medalhas em competições regionais e brasileiras, 13 delas de ouro, estabelecendo nove recordes, nas provas de 50, 100 e 200 metros estilo livre e nos revezamentos.
Um ano como atleta do Pinheiros foi suficiente para transformar Gustavo Borges no maior fenômeno da Natação brasileira, da sua década.
No Campeonato Paulista Absoluto de Inverno, ainda como Juvenil, conseguiu a proeza de conquistar quatro medalhas de ouro nas quatro provas disputadas e estabelecer recordes em todas elas. No final do ano, derrotou nos 100 m livre, pela terceira vez consecutiva, o até então imbatível Critiano Michelena, que detinha a hegemonia nas provas de 100 e 200 metros no Brasil. A vitória aconteceu no campeonato Brasileiro Juvenil, em Goiânia, assumindo de vez o posto de maior velocista brasileiro, apesar de ter acabado de completar 17 anos.
No fim de 89, já tinha credenciais para brilhar sozinho. E foi isso que fez no Troféu Brasil, com duas medalhas de ouro, nos 50 e 100 metros estilo livre. Era a primeira vez que vencia provas no maior torneio da natação brasileira.
Sem dúvida, o ano de 1989 e o início de 1990 marcaram o momento da grande virada na carreira de Gustavo. Seu nome saía definitivamente do anonimato.
Fonte: Revista Gustavo Borges – a trajetória de um campeão
João Pedro Paes Leme
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Primeiras conquistas internacionais
US Open – Sul Americano – Copa Latina
Considerado como grande promessa da natação brasileira e mundial, Gustavo Borges deixou sua marca, já em 1990, em competições internacionais. No campeonato Sul-Americano, disputado em Rosário, na Argentina, entre 19 e 26 de março de 1990, Gustavo conquistou medalha de ouro nas três provas que competiu, 50m, 4x100m e 4x200m, estilo livre. Conseguiu ainda, no mês seguinte, uma medalha de bronze no revezamento 4x100m livre, na Copa Latina, disputada no México.
Outras marcantes conquistas ocorreram no Troféu José Finkel, em julho, daquele mesmo ano: tornou-se o primeiro nadador brasileiro a fazer os 100m livre abaixo de 49 segundos, com a marca de 48s59 e foi convocado para disputar o Mundial de Perth, na Austrália, em janeiro de 1991.
Maria Lenk, primeira mulher brasileira a participar de uma Olimpíada, em Los Angeles, 1932, indicou a Bolles School, em Jacksonville, na Flórida, como um excelente local para Gustavo estudar e nadar. Foi lá, então, que Gustavo teve como técnico Greg Troy.
Apenas três meses após seu ingresso na escola, disputou quatro provas do High School Swimming Championship. Venceu todas elas e estabeleceu novo recorde estadual da Flórida, nas 100 jardas livre. Dias mais tarde, conquistou a medalha de bronze no US Open, deixando para trás o recordista mundial dos 100m estilo livre, Matt Biondi, medalha de ouro na Olimpíada de Seul em 88. Biondi novamente perderia para Gustavo Borges em 92, na Olimpíada de Barcelona.
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XI Jogos Pan-Americanos – Havana – Cuba
Gustavo brilha em Havana
Estabeleceu, logo depois, em fevereiro, dois recordes nacionais americanos no Eastern Swimming Championship, na Filadélfia (nas 100 e 50 jardas estilo livre), ainda competindo pelo Bolles School.
Chegou a Havana como grande promessa da natação brasileira e mundial. Sua participação foi brilhante transformando-o no grande destaque de toda a delegação brasileira e no atleta a conseguir o maior número de medalhas: cinco no total (duas de ouro, duas de prata e uma de bronze.
Tornou-se o primeiro brasileiro a baixar a marca dos 50 segundos, na prova dos 100 metros nado livre em piscina longa. Com o tempo de 49s48 bateu o recorde pan-americano da prova. A Prata nos 200 metros (1m49s74) já lhe garantira a nova marca sul-americana, dois dias antes e os 22s82, que deram a ele o bronze nos 50 metros, valeram outro recorde continental.
Gustavo ganha Status de estrela.
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XXV Jogos Olímpicos de Barcelona
Medalha de prata nos 100m livre
Nos Jogos Olímpicos de Barcelona, crescendo a expectativa dos que acompanhavam a carreira do nadador. Um rapaz de 19 anos, 2,03 metros e 90 quilos, nascido em Ribeirão Preto e criado em Ituverava, leva para Barcelona a responsabilidade de trazer medalha. Ele é o único brasileiro com chances de chegar entre os primeiros. Sua missão torna-se mais dura ao lembrar que em 84, o Brasil subiu pela última vez ao pódio. Mas Gustavo França Borges tem currículo para repetir a façanha, escreveu Roberto Bascchera no Jornal do Brasil.
E Gustavo não decepcionou! Trouxe a medalha de prata para o Brasil nos XXV Jogos Olímpicos de Barcelona na disputa mais polêmica daquela Olimpíada, na prova mais nobre da natação, os 100 metros nado livre, com o tempo de 49s43!
Eu apenas treino nos Estados Unidos.
Meu coração está no Brasil.
Esta medalha é do Brasil.
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